om o objetivo de permitir o diálogo aberto com a comunidade universitária e, principalmente, com os estudantes - público para o qual se destinam as políticas de assistência e acessibilidade estudantil -, a Universidade Federal do Pará, por meio da Superintendência de Assistência Estudantil (Saest), realizou o I Seminário de Acessibilidade e Assistência, totalmente on-line, de 9 a 11 de março. O evento apresentou e deu início a um processo de avaliação dos programas e das ações da Saest para gerar subsídios que permitam um bom planejamento das ações no novo ciclo de gestão.

A programação teve ampla participação de técnicos, estudantes e de suas representações, além de dirigentes universitários dos diferentes campi da UFPA. Segundo o superintendente Ronaldo Araújo, o seminário foi motivado pela necessidade de ampliar os processos de diálogo com a comunidade universitária acerca das políticas e dos programas de assistência estudantil implementados pela Saest.

"É importante que as nossas ações sejam fruto de um planejamento coletivo já que, com os recursos diminuindo com os cortes orçamentários, é necessário sermos precisos na definição dessas ações", afirmou. "Devemos considerar, também, que o perfil dos estudantes das universidades brasileiras mudou nos últimos anos: aumentou o número de estudantes pobres, que precisam de nossa atenção e de apoio econômico para que permaneçam e concluam seus cursos", continuou. 

De acordo com a pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior - Andifes de 2018, entre os alunos da UFPA, 85% têm renda familiar per capta de até um salário mínimo e meio, 72% são mantidos financeiramente pelos pais e 85% são formados por pretos, pardos e índios, além de que 1% representa pessoas com deficiência. "Esse perfil deve ser considerado nas políticas institucionais", atesta o professor Ronaldo. "Então, um planejamento bem feito, fruto de uma avaliação coletiva, é essencial".

Em 2020, a UFPA atendeu a mais de 8 mil alunos com diferentes auxílios, todos regulados por editais públicos, e mais de 20 mil alunos com diferentes serviços de saúde, apoio pedagógico e/ou apoio psicológico. "Os Auxílios Permanência e Moradia garantem que muitos estudantes em situação de vulnerabilidade permaneçam estudando. Temos também ações dirigidas a públicos específicos, como estudantes quilombolas, indígenas, de populações tradicionais, estrangeiros e pessoas com deficiência, pois podemos considerá-los como em situação de vulnerabilidade social. Não apenas os auxílios, mas também os serviços de apoio pedagógico e psicológico são importantes para o acompanhamento desses alunos em situação de risco social", considera o superintendente.

Com a pandemia, foi necessário que a UFPA ampliasse o apoio aos estudantes, por isso criou ainda o Auxílio Alimentação Emergencial e o Auxílio de Inclusão Digital. "Esses auxílios dão melhores condições para que os alunos tenham assegurada a sua segurança alimentar e possam participar das atividades de Ensino Remoto".

A  primeira edição do Seminário de Acessibilidade e Assistência Estudantil foi avaliada positivamente. "Foi ampla a participação de estudantes, professores, gestores e técnicos, dos diferentes campi da Universidade. Também a discussão foi muito positiva, já que os diferentes eixos da assistência e da acessibilidade estudantis foram os balizadores da discussão. Muitas experiências, principalmente as desenvolvidas nos campi do interior do estado, foram apresentadas, revelando equipes comprometidas com o acompanhamento dos alunos da Universidade. De tudo, se fortalece ainda mais a compreensão de que a assistência estudantil não é ação específica da Saest, mas de toda a Universidade, já que a assistência estudantil e as ações de acessibilidades são condições absolutamente necessárias para o bom andamento das atividades de ensino, pesquisa e extensão como um todo", conclui o superintendente.

Texto: Jéssica Souza - Assessoria de Comunicação da UFPA
Imagens: Reprodução da transmissão